10.11.09

[ÁLVARO CUNHAL . 10 DE NOVEMBRO 1913 - 13 DE JUNHO DE 2005]

“De facto, na PIDE foram-me feitas variados perguntas relacionadas (umas directamente, outras indirectamente) com a minha actividade política. A todas elas me recusei a responder, com o fundamento — que mantenho — de que um membro do Partido Comunista Português, força política de vanguarda na luta pela Democracia a Independência Nacional e uma Paz Duradoura, não tem quaisquer declarações a fazer à polícia política, instrumento da repressão violenta exercida contra os trabalhadores e contra os portugueses democratas, patriotas e partidários da paz. Vamos ser julgados e certamente condenados. Para nossa alegria basta saber que o nosso povo pensa que se alguém deve ser julgado e condenado por agir contra os interesses do povo e do país, por querer arrastar Portugal a uma guerra criminosa, por utilizar meios inconstitucionais e ilegais, por empregar o terrorismo, esse alguém não somos nós, comunistas. O nosso povo pensa que se alguém deve ser julgado por tais crimes, então que se sentem os fascistas no banco dos réus, então que se sentem no banco dos réus os actuais governantes do Nação e o seu chefe Salazar.”
ÁLVARO CUNHAL

Na freguesia onde nasci, nasceu Álvaro Barreirinhas CunhaL, filho de Avelino Cunhal e Mercedes Cunhal, freguesia da Sé Nova em Coimbra, no dia 10 de Novembro de 1913.
Conhecido pelas célebres... "Se houve decisão correcta na minha vida, foi ter entrado, aos 17 anos, no Partido Comunista", "Hei-de morrer comunista!" entre tantas outras.

Breve biografia
"1913: Nasce a 10 de Novembro, em Coimbra, filho de Avelino Cunhal e Mercedes Ferreira Barreirinhas. – 1931: Com 17 anos, Álvaro Cunhal adere ao PCP, através da Federação das Juventudes Comunistas. – 1932: Participa na direcção da Associação Académica de Lisboa. – 1934: É eleito para o Senado Universitário. – 1935: Eleito para o Secretariado da Federação das Juventudes Comunistas. – 1937: Cunhal é preso pela primeira vez, a 20 de Julho. – 1939: É colocado a cumprir serviço militar na Companhia Disciplinar de Penamacor. – 1940: É de novo preso. – 1942: Cunhal adopta o pseudónimo de "Duarte". – 1949: Prisão de Álvaro Cunhal numa casa clandestina no Luso. – 1950: Cunhal julgado e condenado faz do processo uma afirmação política do comunismo. – 1953: É transferido da Penitenciária de Lisboa para Peniche após ter estado doente. – 1960: Cunhal foge de Peniche a 3 de Janeiro. Em Dezembro, nasce a sua filha Ana. – 1961: Entre Fevereiro e Maio, Cunhal vive no Porto, junto ao Mercado do Bom Sucesso, com a mulher Isaura e a filha Ana. Eleito pelo Comité Central secretário-geral do PCP, passa a viver no estrangeiro. – 1974: Revolução do 25 de Abril. Legalização do PCP. No dia 30 de Abril, Álvaro Cunhal regressa a Lisboa. É ministro sem pasta nos Governos Provisórios até 1975. – 1975: Nas eleições para a Assembleia Constituinte, a 25 de Abril, Cunhal encabeça a lista do círculo de Lisboa. – 1982: Torna-se membro do Conselho de Estado. – 1985: Em Agosto, Cunhal publica O Partido com Paredes de Vidro. – 1989: Álvaro Cunhal vai à URSS para ser operado a um aneurisma da aorta. Cunhal é recebido em Moscovo por Mikhail Gorbatchov e recebe a ordem Lenine. – 1992: No XIV Congresso do PCP, Carlos Carvalhas é eleito secretário-geral, Álvaro Cunhal passa a presidente do Conselho Nacional do PCP. – 1994: No Hotel Altis lança o romance Estrela de Seis Pontas e assume que é Manuel Tiago, pseudónimo literário com que assinou na clandestinidade o romance Até Amanhã, Camaradas e o conto Cinco Dias, Cinco Noites. – 1996: XV Congresso do PCP. O Conselho Nacional é extinto. Cunhal passa a ter assento apenas no Comité Central. – 1997: Cunhal lança um novo romance, A Casa de Eulália baseada na sua experiência na Guerra Civil de Espanha. – 2000: Em Setembro, Cunhal é operado ao glaucoma, a operação corre mal e perde a visão do olho direito. A 8,9 e 10 de Dezembro, o XVI Congresso realiza-se em Lisboa e, pela primeira vez desde o 25 de Abril, Cunhal está ausente de uma reunião magna por motivos de saúde. – 2001: Cunhal reaparece em público para votar nas eleições presidenciais de 14 de Janeiro. Depois de votar, declara aos jornalistas: "Estou nitidamente melhor." – 2004: Nas eleições europeias, a 13 de Junho, Álvaro Cunhal, pela primeira vez em 30 anos de democracia, não vota. No XVII Congresso do PCP Jerónimo de Sousa é eleito secretário-geral. – 2005: O Comité Central noticia a morte de Álvaro Cunhal, às 5h e 54, do dia 13 de Junho."





9.11.09

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