28.1.09

[TEATRÃO . PROGRAMAÇÃO JANEIRO/MARÇO 2009]

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23.1.09

[DIZER NÃO]


Colegas Professores, amigos, familiares...

Sobre a avaliação do desempenho dos professores não tenho falado muito nos últimos tempos. Tenho estado atenta. Atenta às atitudes, atenta a placards, cartazes e olhares. Observo. Entendo que… ou os professores lutaram até agora por convicção, por convicção que o ensino público tem de voltar a ter qualidade e disciplina, tem de melhorar e não ser uma farsa, que os professores têm de voltar a ter credibilidade, que as escolas têm de oferecer condições de trabalho a quem nelas trabalha… ou então andaram alguns numa atitude nada distraída mas sim oportunista a ver quem ía para a frente dos cornos do touro e agora com o caminho livre... hummm... há que lamber as botas… há que aspirar um lugar no céu e uma estátua à frente da escola com a pombas a.... Onde será a entrega do Óscar para o melhor professor?? Palavras leva-as o vento não é ??
Caríssimos!! Este é o momento de contarmos com todos, mas principalmente contarmos com cada um de nós, com a consciência de cada um de nós nesta batalha que a esperança há-de vencer. A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros. Devem ser zeladas pelo indivíduo em particular e já dizia alguém se cada um de nós agir sempre com dignidade, podemos não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos.

Não há muito mais a dizer, mas sim para actuar...
Deixo-vos um texto que reencontrei para partilhar, que gosto especialmente, convido-vos à reflexão…

"Dizer Não"

"Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros.

Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios.

Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude.

Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação.

Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo.

Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela.

Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos.

Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenanmo-nos em gado sob o comando de um pastor.

Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue.

Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal.

E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade. "

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
Um abraço a todos,

22.1.09

[O PINTOR QUE TEIMOU NA BIENAL DE CERVEIRA . HOMENAGEM A JAIME ISIDORO]



S/Título - 1985 Aguarela 42x64
Jaime Isidoro


Breve Biografia
Jaime Isidoro (Porto, 1924) a sua carreira situa-se em dois momentos afastados no tempo que demarcam duas fases diferenciadas: uma primeira situada entre os meados dos anos 40 e os meados dos anos 50 e uma segunda desenvolvida a partir da segunda metade da década de 80 até à actualidade. Na primeira fase o pintor foi largamente premiado, tendo recebido praticamnemte todos os prémios institucionais atribuídos na sua área. Essencialmente reconhecido pela prática exímia da aguarela, as suas obras sobre o Porto encontram-se entre as que melhor souberam dar expressão iconográfica à cidade. Jaime Isidoro é um pintor versátil que conjuga uma delicada aprendizagem académica com um claro sentido inovador. Expõe desde os anos 40, em Prtugal e no estrangeiro. As suas obras fazem parte de colecções particulares e públicas: Fundação Gulbenkian, Museu do Chiado, Museu Nacional de Soares dos Reis, Muesu Dr. Santos Rocha .... diversas Câmaras Municipais, assim como várias instituições Bancárias e Empresariais.

"Arte na rua."
"O pintor Jaime Isidoro criou em 1978 a Bienal de Arte de Cerveira. No conservador Alto Minho, foi o "choque com as mulheres nuas e comunistas". Trinta anos depois, Isidoro recorda os tempos de confrontação, em que o objectivo era levar a arte à rua. "Não queríamos saber de partidos, o que importava era a boa arte "Mostra amadureceu com os escândalos"Arranje lá uma exposição de arte moderna para Vila Nova de Cerveira." O desafio, lançado pelo então presidente da câmara ao pintor Jaime Isidoro (na foto), já lá vão 30 anos, está na origem daquela que muitos não hesitam em classificar como a mais importante bienal de arte portuguesa. Se Cerveira é hoje conhecida como a "vila das artes", em muito se deve à perseverança de quem lutou contra o povo, literalmente revoltado com o que via acontecer na pacata localidade minhota. Corria o ano de 1978 e o nu artístico, mais do que chocar, era moralmente proibido. "Fizemos coisas que para muitos foi um choque. Uma artista francesa, na sua performance surpresa, apareceu nua num jardim a comer flores. Um escândalo!", recordou Jaime Isidoro, à conversa com o DN. "Ou a Jacinta Candeias, que nesse mesmo ano mostrou os seios, com o resto do corpo coberto por um pano." Ainda nesta primeira edição, não faltaram as polémicas: "Numa das performances, a GNR entrou pelo pavilhão e acabou com tudo. Era um artista que representava S. Sebastião, mas que estava nu. As pessoas gritavam: 'É um homem nu' e não percebiam que aquilo era arte", conta, num tom de desconforto.Apesar das dificuldades para implementar a bienal, que surgiu num misto de encontro internacional de artistas, Jaime Isidoro teimou em fazer afronta ao quotidiano da terra, agarrando o desafio antes lançado pelo seu amigo, e autarca de Cerveira, Lemos Costa. "Estava sempre a dizer-lhe que os presidentes de câmara só pensavam em caminhos para as quintas dos amigos e que ia esperar para ver como é que ele agia. Acabou por me surpreender com o convite", recorda ainda o pintor, hoje com 84 anos.Logo na primeira edição, a bienal reuniu 400 obras de artistas nacionais e internacionais, num pavilhão gimnodesportivo, e logo se afirmou como a maior exposição a que se podia assistir fora dos grandes centros, como Porto ou Lisboa. Ainda hoje assim é. "Mas foi muito difícil, sobretudo para gerir as críticas locais. Para uns era uma festa de arte de comunistas, outros entendiam a bienal como um espaço de escândalos." A oposição era tal que durante muitos anos houve quem criticasse o "grupo de parasitas que vivia à custa da câmara". Depois de tamanhas críticas, a segunda edição só foi possível realizar com a imposição de algumas limitações, a começar logo pelo fim de encontros internacionais. "Mas foi tudo feito quase da mesma forma. Só não queríamos era saber de partidos, o que importava era a boa arte. E isso, com ou sem polémica, conseguimos", sustenta.Durante doze anos, Jaime Isidoro organizou a Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira. Volvidos 30 anos e mais de 500 mil visitantes, afirma que o conceito de levar a arte aos espaços mais recônditos ainda hoje se mantém válido. "Pretendia--se, e isso está correcto à vista de qualquer um, levar a arte à rua, em comunicação com a população. Mas claro que há muitos anos isso levou à confrontação. Hoje já não é assim." Até ao ano passado, a organização da bienal passou para as mãos de Henrique Silva, também ele ligado ao certame desde o início, e que assumiu um papel de amadurecimento do maior evento artístico do Minho. "O esforço e a dignidade que levaram esses criadores e artistas a manter vivo o espírito duma bienal como a de Cerveira não se deve só aos seus organizadores, meros peões, mas sobretudo à conivência dos que ainda sabem maravilhar-se perante a linguagem da cor e do desenho", afirma Henrique Silva.Actualmente radicado no Valadares, Vila Nova de Gaia, Jaime Isidoro continua ligado a Vila Nova de Cerveira, um pequeno concelho de nove mil habitantes, e às raízes de uma bienal que, mais do que ajudar a lançar, conseguiu consolidar. Quanto à pintura, não há dúvidas: continua a ser o seu gosto. "Vim agora de Cerveira, onde passei quatro meses no Atelier Livre, onde comia e pintava. É um local criado pela câmara e que responde àquela que era uma pretensão desde a primeira edição da bienal: ter uma Casa do Artista."
in
http://dn.sapo.pt

O Fundador da Bienal de Cerveira e Presidente da Mesa de Assembleia Geral da Projecto Núcleo de Desenvolvimento de Desenvolvimeto Cultural Pintor Jaime Isidoro faleceu esta madrugada. O corpo do artista está em câmara ardente na Capela Um Igreja (Nova) de Cedofeita, Porto. O seu funeral realizar-se-à amanhã dia 22 pela 14:30 h para o cemitério de Agramonte - Boavista - Porto."
Agradeço à Direcção da Projecto Núcleo o envio desta mensagem para o meu e-mail.
Infelizmente a morte saíu à rua...

19.1.09

[_____________]

9.1.09

[OS PROFESSORES A 19 DE JANEIRO...]

[É NAS ESCOLAS QUE A LUTA SE VENCE]