15.12.08

[HOW TO PROTECT YOURSELF]


As boas ideias são para circular, e eu já fiz a minha parte. As boas ideias são para publicar em todos os lugares possíveis, e aqui se dá um contributo para isso.Que volta podemos dar relativamente aos colegas que foram obrigados, logo no início do ano, a apresentar os objectivos individuais?
Como estoirar com a avaliação burocrática sem cometer ilegalidades?
1. Há cerca de 140 mil professores. Com excepção dos membros dos PCEs, que ou não são avaliados ou sê-lo-ão pelas DREs, todos os outros dispõem da liberdade e da responsabilidade de recusarem ser avaliados.
2. Essa recusa aplica-se aos não titulares e aos titulares, aos que o são de facto e aos que o são em comissão de serviço.2. Aplica-se também aos coordenadores de departamento.
3. De acordo com o decreto-lei 15/2007 e o decreto regulamentar 2/2008, um professor que recuse ser avaliado não pode progredir na carreira nesse ano.
4. Não existe mais nenhuma penalização prevista. Como a esmagadora maioria dos docentes não progride este ano na carreira, a penalização é residual.
5. Está nas mãos de todos os professores - porque todos têm o estatuto de avaliados -, recusarem ser avaliados.
6. Não é necessário que os avaliadores recusem avaliar os colegas. Se o fizerem podem estar a incorrer numa violação dos direitos profissionais, visto que faz parte dos conteúdos funcionais dos professores titulares a avaliação dos colegas.
7. Quando o ME e algumas DREs - em especial aquela do Norte -, ameaçam com processos disciplinares estão a referir-se apenas aos avaliadores que recusam avaliar os colegas.
8. Como provei atrás, para estoirar com o modelo burocrático não é necessário que os avaliadores violem conteúdos funcionais.
9. Basta que os avaliadores, à semelhança dos não titulares, recusem ser avaliados.
10. E desta forma simples, o modelo estoira. O ME sabe disse. A ministra também. Por isso é que ela está acabada. O Pedreira também sabe. Todos sabem. E nós também sabemos. É um segredo de Polichinelo.
In
Profblog.

9.12.08

[PARA ONDE FOI A MINHA ESCOLA?]

Onde está a Escola humana e solidária, onde eu há trinta e tal anos comecei a leccionar com paixão?
Onde estão os tempos em que, com dedicação e carolice, nos juntávamos para construir uma Escola onde professores e alunos gostavam de estar?
Quem organizava:
As Visitas de Estudo?
As Festas de Natal?
O Fim do Ano Lectivo?
As Feiras do Livro?
As Exposições?
Os Dias do Ambiente?
Os Dias da Alimentação?
Os Encontros com Escritores e Poetas?
E tantas, tantas outras coisas? – OS PROFESSORES!
Quem pôs em prática, sem apoio logístico, os novos programas que sucessivamente foram aparecendo? Quem produziu os respectivos materiais?
E a Área Escola? E o Desenvolvimento Pessoal e Social? E a seguir, a Área de Projecto?
O Estudo Acompanhado? A Formação Cívica? Quem pesquisou? Quem criou os materiais? Quem as implementou? – OS PROFESSORES!

Durante trinta e quatro anos, com paixão, lutei para que os meus alunos fossem autónomos, responsáveis, intervenientes e solidários.
Hoje sinto-me enclausurada, abafada em papéis, dossiês e burocracias.
Tudo tem de ser feito em papel e suporte informático: a mesma letra, o mesmo espaço, o mesmo cabeçalho, as mesmas grelhas, o mesmo método “copiar/colar”…
Quero construir um Projecto Curricular de Turma, depois de conhecer bem os meus alunos, os seus interesses e necessidades – Não posso! Tenho de cumprir os prazos estipulados e vestir-lhes a roupagem que me impuseram.
Quero, numa aula, ir ao encontro das necessidades dos alunos e falar de um tema que lhes interessa – será que posso? Na grelha de planificação o assunto está previsto?
Estou numa reunião; será que posso manifestar a minha opinião? – Não posso! Cortam-me a palavra! A minha intervenção não estava prevista na ordem de trabalhos.

Não, não é assim que se constrói uma Escola de excelência!
Sou uma mulher de espírito livre, defensora de uma Escola de qualidade, onde cada um seja tratado como pessoa e se exija sem autoritarismo.
Um dia destes – já falta pouco! – vou-me embora, como tantos outros colegas têm feito. A verdade é que ninguém é insubstituível e logo virá alguém para o meu lugar!
Com pena, pois sinto que tinha muito ainda para dar, mas já não me identifico com esta Escola!
Com saudade, muita saudade dos alunos que comigo cresceram, aprenderam, riram, choraram e foram sempre estimulados a fazer mais e melhor!
Com saudade de alguns colegas solidários e amigos. Com estes tenciono continuar a encontrar-me cá fora!
Lembraria, tão-somente, que a Escola não se constrói só com grelhas excel, word, dossiês, portefólios… e muito menos com medo!
Faz-se com seres humanos, os quais têm de saber ser intervenientes, defensores dos seus direitos e solidários!
de Professora Manuela Fong . Coimbra . Portugal

2.12.08

[3.12.08 . GREVE NACIONAL DE PROFESSORES]