Tenho evitado editar aqui considerações de ordem política, mas o facto é que fico de quando em vez abismada ao ler algumas e certas notícias como é o caso desta que vos deixo abaixo e a respeito da Promoção à Ignorância intitulada de "Carreiras mais altas na função pública vão dispensar de licenciatura". Claro que com um título deste não fico de maneira nenhuma indiferente à politiquice educacional.
Portugal tem o ensino obrigatório até ao 9º ano, livros gratuitos e os diversos materiais para os alunos (para rir), transportes à americana que trazem todos os dias os nossos alunos de casa para a escola e ao final do dia regressam no mesmo autocarro de luxo (falo dos alunos do ensino público) à semelhança dos alunos do ensino privado mas não pago, ou pago por todos, por todos nós! Não, de facto é de doer o coração ver os nossos alunos do ensino público em pleno Inverno e à chuva nas paragens dos autocarros. Estes não andam mesmo nos mesmos autocarros que os meninos do ensino privado, dos colégios e institutos que nasceram na última década como cogumelos.
A expectativas destes jovens é cinzenta, é que eles não estão distraídos e são informados, todos os dias consultam a internet, todos os dias vêem televisão. Sabem que por muito que estudem e que tenham um dia o perfil, o tal perfil certo para um alto cargo, mesmo assim não lhes valerá de nada. Não há trabalho! E quando há... sabe Deus! A lógica então será NÃO promover a educação, a cultura, a informação, a escolaridade. Grande lógica!! Que atribui a culpa ao sistema do ensino que é "demasiado teórico". Será mesmo assim? Por outro lado, os lugares na função pública, para se poder prestar o devido serviço público, também são cada vez mais e mais e são tantos, que daqui para a frente nem é preciso investir na educação porque agora vão chegar as "novas oportunidades", já não é preciso licenciatura para se chegar ao topo!
escrito por I S A B E L M A R I A D O S
"Carreiras mais altas da função pública vão dispensar licenciatura."
"A licenciatura vai deixar de ser um critério obrigatório para aceder ao topo da carreira na função pública, de acordo com o novo regime de vínculos, carreiras e remunerações que será levado em breve à Assembleia da República.Para se candidatar a técnico superior da função pública era exigida, até agora, a apresentação de uma licenciatura.Os concurso de acesso à carreira de topo ao serviço do Estado, cujo salário bruto varia entre os 1300 euros e os 2940 euros, vão agora deixar de ter este item como condição obrigatória, noticia o Diário de Notícias. A novidade faz parte de um diploma que ainda está em fase de negociação, mas que, até final de Junho, deverá dar entrada na Assembleia da República (AR), de modo a entrar em vigor em Janeiro próximo.O mesmo critério será aplicado no caso das carreiras associadas à titularidade do 12.º ano, onde se verifica também a dispensa de habilitação literária específica.Apesar do n.º 1 do artigo 50.º deste documento assinalar que "em regra, pode apenas ser candidato ao procedimento quem seja titular do nível habilitacional [...] correspondente ao grau de complexidade funcional da carreira e categoria caracterizadoras dos postos de trabalho para cuja ocupação o procedimento é publicitado", o n.º 2 acrescenta que "a publicitação pode prever a possibilidade de candidatura de quem, não sendo titular da habilitação exigida, considere dispor da formação e, ou, experiência profissionais necessárias e suficientes para a substituição daquela habilitação".Esta dispensa só não é admissível, de acordo com o nº 3 do mesmo artigo, quando exista uma lei especial a exigir para determinada carreira um título específico.Estudo desvaloriza conhecimentos teóricos. A conclusão a que o Governo chegou nada terá a ver com o caso da licenciatura de José Sócrates, mas antes com um estudo levado a cabo por uma comissão técnica liderada por Luís Fábrica. A comissão propõe "terminar com a sobrevalorização do saber lógico-formal em detrimento da inteligência prática", já que questiona se "a sobrevalorização do título académico e das habilitações literárias traduz o regime mais adequado ao bom exercício de funções públicas - sobretudo quando se sabe que o sistema de ensino em Portugal continua a privilegiar a aquisição de conhecimentos teóricos". Concluindo que o ensino peca por ser demasiado teórico, a solução parece ser desvalorizá-lo.
amf, ontem às 8:31"
amf, ontem às 8:31"
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